domingo, 5 de julho de 2009

O que você vai ser quando você crescer?

Por vezes me sinto avulsa demais.
Sempre me senti como um erro do sistema desde criança. E admito até gostar disso. Porém tem horas que desejo mesmo ser 100% normal. Embora a definição de normal seja algo totalmente aleatório e relativo (como qualquer coisa nessa vida), mas me refiro a normalidade pregada pela sociedade vigente.

Vou me explicar:

Larguei a faculdade pública porque não me identifiquei com o curso.
E não pretendo prestar o vestibular novamente. Cansei mesmo dessa vida. Minha meta agora daqui pra frente é faculdade particular, pois é só pagar tudo em dia que eles te tratam como rei.

Quando comuniquei a decisão pra minha mãe ela teve um ataque psicótico, por assim dizer.
Disse que eu devia terminar o curso mesmo não gostando pois eu teria o diploma de uma faculdade pública. Ela deu um peso tão grande a esta expressão que eu senti que estava cometendo o maior erro da minha vida.
Daí eu parei pra pensar sobre o rumo que as coisas estavam tomando pra mim e comecei a me comparar com o restante da família. E esse sim se configurou como o maior erro cometido em minha vida (pelo menos até então).

Tomando por base a minha geração: todos, aos 15 anos de idade, já tinham certeza do que queriam na vida.
Eu? Bem, aos 15 eu só pensava em dominar o mundo de qualquer maneira.
Entre os 18 e 19 anos, todos já estavam nas respectivas universidades públicas de seus sonhos, cursando a faculdade que sempre desejaram.
Eu? Bem, eu entrei na universidade pública para qual prestei vestibular mas sem nem saber direito o que eu estava fazendo.
Resultado: Formaturas chegando e pessoas felizes.
Eu? Bem, eu ainda não faço idéia do que eu quero pra mim.

Não que isso seja de fato um grande problema. Só que de vez em quando, assim que dispensa-se um certo tempo para analisar as coisas e você se descobre como o único perdido no caminho, bate uma puta insegurança. E exatamente por isto que, em alguns momentos, quero tanto "ser normal". Seguir o fluxo natural das coisas e ser motivo de orgulho pra mim mesma.

Daí que agora eu tô trabalhando.
Fico sentada na frente de um computador o dia inteiro, analisando documentos de gente de todo o país e mexendo nuns 5 programas diferentes pra ver quais as chances da pessoa analisada dar ou não um calote na empresa.
Resumindo: análise de crédito.

E o plano é: esperar uns meses pr'eu me estabilizar na empresa e enfim poder começar uma faculdade.
E é nessa espera que eu tenho que decidir o que eu quero pra minha vida, pois eu tenho palpites, mas não respostas.

Por que eu não encontro uma maleta com alguns milhões de dólares? Facilitaria tanto as coisas.


Ps.: Título da publicação retirada da canção "pais e filhos" do Legião Urbana.

3 comentários:

Bárbara disse...

Ai Nathalie, a gente é tão igual que me dá medo! Eu tirei o título do meu último post de uma música do El Canto Del Loco! haha

Sabe, o que mais me encomoda agora com essa coisa de faculdade, trabalho e vida de adulto é o fato de não ser mais a pessoa que eu sou, conheço e amo. Medo de me tornar uma estranha e me adequar as pessoas comuns da faculdade particular.

O meu foco agora é não ter foco. É fazer o que posso com o que tenho e ver no que dá. POrque eu não tenho dúvidas que no final vai dar certo. Exatamente porque não sou normal!

douglas nascimento disse...

Ano que vem eu presto o vestibular e ainda não sei bem o que escolher - assim como você, na época.
Quando eu passei pra escola técnica federal eu também fui sem saber o que estava fazendo. Acabou que depois de um semestre eu a larguei - assim como você largou a sua.
E até procurar uns estágios e empregos pra poder pagar uma faculdade de comunicações eu já comecei - assim como você o fez!
enfim, se eu não puder responder o título do post eu vou estar 'errado'? Porque nesse momento, a resposta ainda é uma incógnita.

Monique Frebell disse...

Aaa Naty, fazer o que gostamos é a melhor saída. E se sentir normal é simplesmente ser você mesma independe do que pensem ou do que querem pra vc.

Siga a linha reta!
bjuS!

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