quinta-feira, 23 de julho de 2009

A Carta

Naná, esta carta é para você. Não queria ser indelicada,
mas também não me agrada a apatia.

Sei que estás ciente de minha repúdia quanto suas atitudes
recentes. Sei também que sempre fora uma aproveitadora. Sim,
porque é de conhecimento geral minha perspicácia para avaliar
as pessoas. No entanto, segui com meu habitual circo teatral,
já que, alguns de meus interesses cruzavam com os teus.

Neste momento, declaro acabada toda e quaisquer relação
entre nós. Sinta-se à vontade para deixar meu ciclo social,
antes que passe demasiada vergonha.
Não adianta apelar à Ancelmo. Antes que receba esta carta,
ele já estará ciente, e com toda a certeza de acordo com minha
decisão. Sabes que somos amigos de longa data, sem contar os
favores que ele me deve.

Pois bem, é só. Espero não tornar a vê-la.



Bon Voyage!

terça-feira, 21 de julho de 2009

Café gelado na minha caneca gigante me faz pensar no universo. Não gosto dele assim, mas se eu tentar melhorá-lo reaquecendo vai dar dor de barriga! hahahaha

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Não tem título!

Parece que o mundo não me vê mais. Mas acho que fui eu quem escolheu isso. Porque não quero mais pensar em mim pelos amigos que eu tenho, ou pelos lugares que eu vou. Quero aprender a pensar em mim totalmente desligada da sociedade que vive perto de mim.

Não me interessa conversar no msn, não me interessa se fulano morreu de gripe suína e que o congresso tá uma bagunça. O meu mundo não é esse! Andei pensando que não existe essa coisa de "viagem". Sabe, quando dizem: "Ah que viagem da sua cabeça!"
Cada um tem a sua realidade. E é real mesmo! Cada um vê a maçã de um jeito né? Eu não sei qual é a sua maneira de vê-la, mas com certeza está certa. A minha também está!
Então vi que não importa o que os outros me descrevem como real. Eu não vejo isso, o meu real não é esse. Essa maçã podre não me interessa. Eu gosto de maçã verde! haha



Eu gosto do que não sei explicar, gosto de pensar que apesar do mundo ser totalmente interligado, há uma distância enorme entre a minha cabeça e o lado de fora. E não quero ser algo. Será que eu posso ser nada? É mais legal do que achar que sou alguma coisa no mundo dos outros sem perceber que no mundo real (o meu próprio) não sou nada. Não quero esquecer de mim.

terça-feira, 14 de julho de 2009

E não me alcanço.

Há quanto tempo não deito no chão pra ver as estrelas?
E há quanto tempo não brinco de ver luzinhas, esfregando meus olhos com força e abrindo-os de repente?
E há quanto tempo não saio pra dançar, pra me divertir, pra esquecer que eu tenho que viver a vida com responsabilidade e que o tempo aqui é curto?

Eu era tão feliz quando criança.
Era feliz e sabia disso. Talvez só não tivesse noção do quanto grande era essa "felicidade". E, sabe, era bem maior do que eu podia imaginar.

Há meses estou nostálgica em excesso.
Lembro da minha vitrola e dos meus discos do Balão Mágico, Trem da Alegria, Cavaleiros do Zodíaco e por aí a fora. Lembro das tardes encharcadas de música. Lembro dos meus desenhos, do enorme quintal do vovô e de como tudo era pura magia.
Sempre brincando sozinha. Sempre criando mundos e personagens dentro de mim.
Eles ainda estão aqui dentro. Dá pra sentir tão forte.
Sinto falta do jardim da minha avó e das pedrinhas coloridas do quintal.
Sinto falta do porão que tanto me encantava e me aterrorizava.
Sinto falta da casa "mal assombrada" da vizinha.
Sinto tanto. E tudo me dói.

O que está havendo comigo?

domingo, 5 de julho de 2009

O que você vai ser quando você crescer?

Por vezes me sinto avulsa demais.
Sempre me senti como um erro do sistema desde criança. E admito até gostar disso. Porém tem horas que desejo mesmo ser 100% normal. Embora a definição de normal seja algo totalmente aleatório e relativo (como qualquer coisa nessa vida), mas me refiro a normalidade pregada pela sociedade vigente.

Vou me explicar:

Larguei a faculdade pública porque não me identifiquei com o curso.
E não pretendo prestar o vestibular novamente. Cansei mesmo dessa vida. Minha meta agora daqui pra frente é faculdade particular, pois é só pagar tudo em dia que eles te tratam como rei.

Quando comuniquei a decisão pra minha mãe ela teve um ataque psicótico, por assim dizer.
Disse que eu devia terminar o curso mesmo não gostando pois eu teria o diploma de uma faculdade pública. Ela deu um peso tão grande a esta expressão que eu senti que estava cometendo o maior erro da minha vida.
Daí eu parei pra pensar sobre o rumo que as coisas estavam tomando pra mim e comecei a me comparar com o restante da família. E esse sim se configurou como o maior erro cometido em minha vida (pelo menos até então).

Tomando por base a minha geração: todos, aos 15 anos de idade, já tinham certeza do que queriam na vida.
Eu? Bem, aos 15 eu só pensava em dominar o mundo de qualquer maneira.
Entre os 18 e 19 anos, todos já estavam nas respectivas universidades públicas de seus sonhos, cursando a faculdade que sempre desejaram.
Eu? Bem, eu entrei na universidade pública para qual prestei vestibular mas sem nem saber direito o que eu estava fazendo.
Resultado: Formaturas chegando e pessoas felizes.
Eu? Bem, eu ainda não faço idéia do que eu quero pra mim.

Não que isso seja de fato um grande problema. Só que de vez em quando, assim que dispensa-se um certo tempo para analisar as coisas e você se descobre como o único perdido no caminho, bate uma puta insegurança. E exatamente por isto que, em alguns momentos, quero tanto "ser normal". Seguir o fluxo natural das coisas e ser motivo de orgulho pra mim mesma.

Daí que agora eu tô trabalhando.
Fico sentada na frente de um computador o dia inteiro, analisando documentos de gente de todo o país e mexendo nuns 5 programas diferentes pra ver quais as chances da pessoa analisada dar ou não um calote na empresa.
Resumindo: análise de crédito.

E o plano é: esperar uns meses pr'eu me estabilizar na empresa e enfim poder começar uma faculdade.
E é nessa espera que eu tenho que decidir o que eu quero pra minha vida, pois eu tenho palpites, mas não respostas.

Por que eu não encontro uma maleta com alguns milhões de dólares? Facilitaria tanto as coisas.


Ps.: Título da publicação retirada da canção "pais e filhos" do Legião Urbana.