sábado, 21 de fevereiro de 2009

Bárbara

Minha personalidade anda escondida dentro de características de personagens de filmes que adquiri sem perceber, ou de amigos que tive na infância. Anda escondida no modo como tenho de me comportar em cada situação. Cada pessoa pede uma face da minha personalidade, mas não quer dizer que seja falsa. É só uma parte dela. É só que ninguém consegue me ver por completo. E o que eu sou? Quem pode me conhecer só observando minhas ações? Será que é assim que se traça o perfil de alguém? Ou é pelo jeito como eu vejo o mundo? De qualquer forma, sempre está errado! Perfis são perfis! Será sempre só uma parte da minha face. Não tem como ver tudo! Não se desvenda a personalidade de ninguém!
Mas pra me conhecer, basta saber que não consigo ser uma coisa só. Que sempre quero ter tudo. Tenho uma imaginação que me atrapalha às vezes, mas que faz parte de mim então não sei ser eu mesma sem ela. Tento viver bem em sociedade desde que minha irmã me ensinou o que é isso, mas nunca consegui. Acho que estou na sociedade errada. Pra me consolar, penso que existe uma outra dimensão onde se encontram os pensamentos dos intelectuais do mundo todo e os meus então lá também. Assim, quando eu estou no ônibus e alguém puxa um celular e coloca bem alto um funk nojento, finjo que não faço parte disso, que nem estou lá. Sinto isso mais forte ainda quando leio alguma coisa num livro que eu já havia pensado antes mesmo de ter lido. Tipo aquela coisa: “Hey, fui eu que ensinei isso a ele!”. Enfim, como sempre, estou viajando.