terça-feira, 24 de novembro de 2009

Assunto de Sempre

Ideologia idiota essa minha. Achando que o povo brasileiro está errado. Que precisa mudar. Quem está errada sou eu! Todas as vezes que saio na rua me pergunto como posso sobreviver nesse mundo de Alice que é esse país.
Assunto recorrente nas minhas conversas. Digo que infelizmente só sou brasileira pela raíz do nascimento, pelo apelo nacionalista da globo que me pegou, mas eu, eu mesma, nunca vou escutar Bezerra da Silva e achar o máximo. Respeito, acho diferente, mas gostar? Ouvir em casa, ou pedir para tocar no carro? Não.

Esse fim de semana, excepsionalmente, fui à praia. Uma praia de niterói com uns amigos. Uma brasileira, um espanhol e um caribenho. Tudo ótimo na praia até que pegamos o ônibus para voltar e eis que encontro um zoológico sobre rodas.
Cena típica nos ônibus do rio, um cara com um celular tocando funk para todos ouvirem em alto e ensurdecedor som, outro grupo de amigos que só gritavam e faziam brincadeiras infantis além de zoarem um transexual que estava presente no ônibus, um deles vomitando na janela, e outro (acreditem!) mijando no chão do ônibus, duas vezes!!! Isso mesmo, com direito a escorrer pelo ônibus todo e os amigos à gargalhadas.

Fiquei muito irritada, pensando o que podia eu fazer nessa situação. Não sabia se sentia pena, vergonha, se reclamava... Decidi observar como o espanhol estava lidando com aquilo. Bom, ele estava normal, às vezes até ria de algumas coisas. Aí vi que, pra ele, não faz diferença. Ele vai embora e nunca mais vai ser obrigado a conviver com isso. Aquela cena era exótica, primitiva e selvagem, por isso ele achou graça.
Mas e eu? E nós? Serem civilizados desse país de índios preguiçosos, colonizadores comedores de índias e exploradores, imigrantes falidos, negros sem ideal, criminosos refugiados,...
Ah vontade de desistir...
Ah vontade de esquecer essa raíz...
Oh fraca raíz que nunca me aceitou...
Será que um dia vou aceitá-la?

2 comentários:

Nathália E. disse...

Entendo quase que profundamente sua revolta, mas o pior de tudo (pior? não sei) é que me sinto presa ao Brasil. A essa realidade absurda, ridícula e imbecil em que vivemos.
Me sinto presa pela cultura, pois descobri que amo o barulho e a bagunça do samba. Adoro aquelas pessoas nojentas se esfregando umas nas outras (não, nunca em mim. pelo amor de deus). Porém queria que essas pessoas tivessem alguns pontos a mais somados a essa inteligência invisível que está em algum lugar de suas cabeças imundas e que só pensam em sacanagem.
Porque o que me cansa são esses idiotas que resumem tudo a sexo. E que não sabem argumentar. E que não sabem se expressar. E que vêem o funk nojento de hoje como cultura do povo e as mulheres-putas como a personificação da mulher perfeita. Cansei dessa adolescência que não sabe escrever, que não sabe interpertar uma frase com três palavras, que acha que tudo é sexo e bebida. Não me sinto em casa, mas gosto de algumas decorações. Só que o lugar em si é podre e eu quero fugir. Talvez eu leve os enfeites que me agradam junto comigo, assim, escondidinho.

Maldito disse...

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